quarta-feira, 25 de março de 2009

Jornalismo de Serviços


Criado nos Estados Unidos, o termo Jornalismo de Serviços, consiste em transformar a notícia em algo que tenha aplicação imediata e útil para o leitor. Uma opinião ou informação traduzida em qualquer tipo de gênero e direcionada exclusivamente ao interesse do público caracteriza esse tipo de jornalismo; como trânsito, previsão do tempo, cotação do dólar, classificados, eventos esportivos, shows, entre outros.
No Brasil este conceito se mantém ambíguo, pois a prática jornalística já é considerada uma prestação de serviço.
Muitas teses são elaboradas a respeito deste assunto, nas quais discutem- se pontos positivos e negativos. A maior parcela que se diz contra este tipo de jornalismo, justifica sua oposição por considerar o jornalismo de serviços uma ideologia do ‘não- conflito’, na qual não apresenta uma opinião, e por este motivo também é considerada uma forma de inocentar o sistema e reconstruir a realidade sob a ótica do consumo. Já os teóricos que defendem o serviço, utilizam da visão de orientação e “Guia da Vida” para justificar sua posição.

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Perguntamos a alguns alunos da Faculdade de Comunicação - Jornalismo da UMESP sobre defenderem ou não o jornalismo de serviços. Todos os entrevistados disseram ser a favor, e estas são algumas das respostas que obtivemos:

“A favor. Esse 'tipo' de jornalismo, mesmo que alguns não noticiem grandes fatos do cotidiano, é, como todo gênero jornalístico, muito útil para o seu público.”
Gustavo Azevedo - estudante do 3º semestre

“Claro que sou a favor. É muito mais importante para um desempregado saber sobre emprego, de uma pessoa que busca lazer saber sobre cultura do que do resultado da última rodada de futebol.
Na verdade acho que o caderno de 'esportes' com aspas, pois o único esporte falado é o futebol, deveria dar lugar somente a serviços e informações a sociedade, pois esta é a função do jornalismo, ao contrário do caderno de esporte que é entretenimento e não jornalismo!”
Álvaro Perazzoli - estudante do 3º semestre

“Não acredito que o jornalismo de serviço desfoque a utilidade do jornalismo de informar. Creio que, considerando o número excessivo de críticas ao jornalismo, não vejo o jornalismo de serviços como um problema. Ainda acho algumas utilidades importantes e claro, outras descartáveis!”
Antônio Veiga - estudante do 5º semestre

“Eu acho fundamental esta prestação de serviços, afinal, são essas pequenas informações que são importantes na vida das pessoas. Lógico que saber o que acontece no país, no mundo, na economia é necessário, mas este é um jornalismo que cuida de uma área que realmente está presente na vida das pessoas.”
Rikardy Tooge – estudante do 3º semestre

“Na verdade o próprio jornalismo, no exercício ético de sua função, tem por obrigação informar a sociedade. Isto é um dever, qualquer que seja sua informação. E com certeza acho muito importante esta vertente do jornalismo. Como por exemplo, temos a folha dirigida, por ela podemos nos comunicar com o mercado de trabalho. Ou um serviço como o destaque de um show, através dele podemos obter informação sobre o valor e sobre onde vai acontecer. Jornalismo de serviço é essa ponte da comunicação, que te sintoniza com a sociedade."
Denver Pelluchi – estudante do 5º semestre

“Sou a favor porque todos os itens são de interesse público. O Jornalismo, baseado nas premissas de informar o público, em qualquer ocasião, é o principal responsável em destrinchar tais temas e veicular o que há de novidade”
Diego Costa – estudante do 5º semestre



Texto: Daniel Moretti
Entrevistas: Fabiana Bielo
Foto: Isabela Rios