quinta-feira, 4 de junho de 2009

Empresário, jornalista, político e mecenas brasileiro


Nascido na Paraíba em 1892, Francisco de Assis Chateaubriand estreou no jornalismo aos 15 anos na Gazeta do Norte. Se formou na Faculdade de Direito da capital do Estado, criou a maior cadeia de imprensa do Brasil, os Diários Associados e foi também pioneiro na criação da TV Tupi em 1950.

Chateaubriand, também conhecido como Chatô, trabalhou como colaborador do Correio da Manhã e em 1924 assumiu a direção de O Jornal, comprando-o no mesmo ano graças a recursos financeiros vindos de seu trabalho como advogado de alguns barões-do-café.

Agregando jornais como Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio e Diário da Noite; em São Paulo se tornou dono dos principais jornais da maioria das capitais brasileiras.

Chateaubriand apoiou, com a Aliança Liberal, o movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Conseguiu de Getúlio, durante o Estado Novo, a promulgação de um decreto que lhe deu direito à guarda de uma filha, após a separação da mulher, declarando a célebre frase: “Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei”.

Apesar de ter atraído uma série de inimigos, entre eles o industrial Francisco Matarazzo, chantageando empresas, publicando poesias dos maiores anunciantes e mentindo descaradamente; Chatô manteve relações cordiais e interesseiras com diversos e influentes empresários.

Em 1947 fundou o Museu de Arte de São Paulo (MASP) com uma coleção particular de grandes mestres europeus adquiridas na chamada Europa pós-guerra.

Através de eleições fraudulentas, Chateaubriand foi eleito senador pela Paraíba e pelo Maranhão em 1952 e 1955, respectivamente, e renunciou ao mandato para assumir a embaixada do Brasil na Inglaterra. Em 1954 ocupou a cadeira deixada por Getúlio Vargas, após seu suicídio, assumindo a Academia Brasileira de Letras.

Na década de 60 Chatô sofreu uma trombose que o deixou paralisado, fazendo com que ele se comunicasse através de uma máquina de escrever adaptada. Morreu em 1968 e foi velado à companhia de duas pinturas que simbolizavam as três coisas que ele mais amou: o poder, a arte e a mulher; segundo o arquiteto italiano e organizador do acervo do MASP, Pietro Maria Bardi.

Diários Associados

Com início em 1924, com a aquisição de O Jornal, o império de Chateaubriand incorporou outras empresas de televisão, rádio e mídia impressa além de fazendas e fábricas, entre outros. As duas empresas mais célebres foram a TV Tupi e a revista O Cruzeiro, ambas extintas.

Os Diários Associados que tiveram no seu auge, 36 jornais, 18 revistas, 36 rádios e 18 emissoras de televisão reunidos em todo o Brasil, são o sexto maior conglomerado de empresas de mídia no Brasil, contendo atualmente 50 veículos de comunicação.

Após a morte de Chatô, a empresa foi deixada para um grupo de acionistas, devido à sua iminente decadência.


Texto: Isabela Rios
Foto: Memoriaviva.com.br - edição do Cruzeiro, 9 de abril de 1960

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