
Nascido na Paraíba em 1892, Francisco de Assis Chateaubriand estreou no jornalismo aos 15 anos na Gazeta do Norte. Se formou na Faculdade de Direito da capital do Estado, criou a maior cadeia de imprensa do Brasil, os Diários Associados e foi também pioneiro na criação da TV Tupi em 1950.
Chateaubriand, também conhecido como Chatô, trabalhou como colaborador do Correio da Manhã e em 1924 assumiu a direção de O Jornal, comprando-o no mesmo ano graças a recursos financeiros vindos de seu trabalho como advogado de alguns barões-do-café.
Agregando jornais como Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio e Diário da Noite; em São Paulo se tornou dono dos principais jornais da maioria das capitais brasileiras.
Chateaubriand apoiou, com a Aliança Liberal, o movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Conseguiu de Getúlio, durante o Estado Novo, a promulgação de um decreto que lhe deu direito à guarda de uma filha, após a separação da mulher, declarando a célebre frase: “Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei”.
Apesar de ter atraído uma série de inimigos, entre eles o industrial Francisco Matarazzo, chantageando empresas, publicando poesias dos maiores anunciantes e mentindo descaradamente; Chatô manteve relações cordiais e interesseiras com diversos e influentes empresários.
Em 1947 fundou o Museu de Arte de São Paulo (MASP) com uma coleção particular de grandes mestres europeus adquiridas na chamada Europa pós-guerra.
Através de eleições fraudulentas, Chateaubriand foi eleito senador pela Paraíba e pelo Maranhão em 1952 e 1955, respectivamente, e renunciou ao mandato para assumir a embaixada do Brasil na Inglaterra. Em 1954 ocupou a cadeira deixada por Getúlio Vargas, após seu suicídio, assumindo a Academia Brasileira de Letras.
Na década de 60 Chatô sofreu uma trombose que o deixou paralisado, fazendo com que ele se comunicasse através de uma máquina de escrever adaptada. Morreu em 1968 e foi velado à companhia de duas pinturas que simbolizavam as três coisas que ele mais amou: o poder, a arte e a mulher; segundo o arquiteto italiano e organizador do acervo do MASP, Pietro Maria Bardi.
Diários Associados
Com início em 1924, com a aquisição de O Jornal, o império de Chateaubriand incorporou outras empresas de televisão, rádio e mídia impressa além de fazendas e fábricas, entre outros. As duas empresas mais célebres foram a TV Tupi e a revista O Cruzeiro, ambas extintas.
Os Diários Associados que tiveram no seu auge, 36 jornais, 18 revistas, 36 rádios e 18 emissoras de televisão reunidos em todo o Brasil, são o sexto maior conglomerado de empresas de mídia no Brasil, contendo atualmente 50 veículos de comunicação.
Após a morte de Chatô, a empresa foi deixada para um grupo de acionistas, devido à sua iminente decadência.
Texto: Isabela Rios
Foto: Memoriaviva.com.br - edição do Cruzeiro, 9 de abril de 1960
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