sexta-feira, 28 de agosto de 2009

TA ABANDONADO!

domingo, 7 de junho de 2009

Sobre a tirania da comunicação

O que faz um jornalista ser bom? Saber contar histórias, boas histórias, sucintas mas ricas em detalhes, ou apenas ter boas pautas que impressionam as pessoas, e as fazem crer em tudo que está escrito? Muitas pessoas inventam fatos, publicam e depois ainda desmentem. É impossível que haja escassez de fatos que mereçam se tornar notícias neste mundo em que as fronteiras se tornam menores a cada momento devido ao processo de globalização.

O autor francês Ignácio Ramonet critica a mídia e suas ações durante todo o decorrer de seu livro "A Tirania da Comunicação". Desde a trágica morte da princesa Diana, atribuída aos papparazzi que a perseguiam (descritos por Ramonet da seguinte forma: "Os paparazzi metralham, fuzilam. Eles perseguem, caçam, acossam. É só aparecer a ocasião que eles se tornam crápulas oportunistas."), até as inúmeras matérias forjadas por jornalistas medíocres; o jornalismo provou que existem os dois lados da moeda.

Tornar pública a vida pessoal de uma pessoa também não é uma atribuição do jornalismo bem feito. O caráter e a ética devem sobrepor todas as outras possíveis características de um jornalista, de modo que ele saiba distinguir entre o que interessa ao público e o que não interessa. Mesmo se tratando de pessoas conhecidas, a privacidade de cada um deve ser respeitada.

E a credibilidade? Se um fato de grande importância ocorre, mas não recebe a devida atenção, o meio jornalístico perde a credibilidade com o seu espectador. E o mesmo acontece no caso oposto, quando uma situação de importância questionável recebe supervalorização pela mídia. A credibilidade é construída aos poucos, quando se adota conceitos justos, juntamente com boas pautas e profissionais competentes.

Com a televisão, o telespectador cria uma confiança associada ao fato de poder ver imagens acompanhando um relato. "Uma imagem vale mais do que mil palavras". Ver e ouvir uma pessoa falando dá a impressão de confirmação; ainda mais quando se tem a prova de que o repórter estava na cena da notícia, trabalhando com a apuração da mesma. Todos esses fatores fazem com que a TV ganhe um grande poder de persuasão em relação a quem a assiste, abrindo caminho para o jornalismo porco, ilustrado pelos inúmeros casos de furos de reportagem forjados por jornalistas e interpretados por atores em cenários montados.

Na obra, o autor pergunta aos leitores, “É verdadeiro porque é tecnológico?”, e cita a importância dos correspondentes da CNN, dizendo que sem eles as reportagens se tornariam pobres, na ocasião de dependerem apenas do âncora no estúdio com o
chroma key (técnica de efeito visual que consiste na sobreposição de imagens). Então o jornalismo entra em contradição: esta inovadora tecnologia é benéfica para a credibilidade do espectador, ou se torna duvidosa a ponto das pessoas deixarem de acreditar nos fatos reais?

Um jornalista tem o grande poder da palavra. Sua voz, aliada a caneta e papel, conta e envia histórias para outras pessoas, passando informações sobre o que acontece no mundo. A notícia não precisa de imagem para ser boa, e sim de diferentes opiniões que contrastem os também diferentes pontos de vista sobre um fato. Saber falar, escrever, apurar, usar a ética, dosar o bom senso são características necessárias para a formação de um bom jornalista, e isto vem com o esforço e a dedicação de quem sabe o que quer, e faz de tudo para exercer o que está no sangue.

Texto: Sofia Mikrute, Luiz Almeida

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Empresário, jornalista, político e mecenas brasileiro


Nascido na Paraíba em 1892, Francisco de Assis Chateaubriand estreou no jornalismo aos 15 anos na Gazeta do Norte. Se formou na Faculdade de Direito da capital do Estado, criou a maior cadeia de imprensa do Brasil, os Diários Associados e foi também pioneiro na criação da TV Tupi em 1950.

Chateaubriand, também conhecido como Chatô, trabalhou como colaborador do Correio da Manhã e em 1924 assumiu a direção de O Jornal, comprando-o no mesmo ano graças a recursos financeiros vindos de seu trabalho como advogado de alguns barões-do-café.

Agregando jornais como Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio e Diário da Noite; em São Paulo se tornou dono dos principais jornais da maioria das capitais brasileiras.

Chateaubriand apoiou, com a Aliança Liberal, o movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Conseguiu de Getúlio, durante o Estado Novo, a promulgação de um decreto que lhe deu direito à guarda de uma filha, após a separação da mulher, declarando a célebre frase: “Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei”.

Apesar de ter atraído uma série de inimigos, entre eles o industrial Francisco Matarazzo, chantageando empresas, publicando poesias dos maiores anunciantes e mentindo descaradamente; Chatô manteve relações cordiais e interesseiras com diversos e influentes empresários.

Em 1947 fundou o Museu de Arte de São Paulo (MASP) com uma coleção particular de grandes mestres europeus adquiridas na chamada Europa pós-guerra.

Através de eleições fraudulentas, Chateaubriand foi eleito senador pela Paraíba e pelo Maranhão em 1952 e 1955, respectivamente, e renunciou ao mandato para assumir a embaixada do Brasil na Inglaterra. Em 1954 ocupou a cadeira deixada por Getúlio Vargas, após seu suicídio, assumindo a Academia Brasileira de Letras.

Na década de 60 Chatô sofreu uma trombose que o deixou paralisado, fazendo com que ele se comunicasse através de uma máquina de escrever adaptada. Morreu em 1968 e foi velado à companhia de duas pinturas que simbolizavam as três coisas que ele mais amou: o poder, a arte e a mulher; segundo o arquiteto italiano e organizador do acervo do MASP, Pietro Maria Bardi.

Diários Associados

Com início em 1924, com a aquisição de O Jornal, o império de Chateaubriand incorporou outras empresas de televisão, rádio e mídia impressa além de fazendas e fábricas, entre outros. As duas empresas mais célebres foram a TV Tupi e a revista O Cruzeiro, ambas extintas.

Os Diários Associados que tiveram no seu auge, 36 jornais, 18 revistas, 36 rádios e 18 emissoras de televisão reunidos em todo o Brasil, são o sexto maior conglomerado de empresas de mídia no Brasil, contendo atualmente 50 veículos de comunicação.

Após a morte de Chatô, a empresa foi deixada para um grupo de acionistas, devido à sua iminente decadência.


Texto: Isabela Rios
Foto: Memoriaviva.com.br - edição do Cruzeiro, 9 de abril de 1960

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Gonzo é jornalismo?



O jornalista Hunther S. Thompson recebeu uma pauta da revista Rolling Stone para cobrir um evento esportivo em Las Vegas. Ao invés de cobrir a matéria, o jornalista gastou o dinheiro das despesas com bebidas e drogas, vandalizou quartos e fugiu sem pagar, deixando uma enorme dívida no hotel onde estava hospedado. O resultado foi uma história contada sob o ponto de vista alucinado do autor, que lhe rendeu o livro “Medo e Delírio em Las Vegas” e tornou Thompson criador de um novo estilo, o Gonzojornalismo.

O termo foi criado por Bill Cardoso, repórter do Boston Sunday Globe, em uma carta enviada a Thompson: “Eu não sei que porra você está fazendo, mas você mudou tudo. É totalmente gonzo”. Segundo ele, "gonzo" seria uma gíria originária da parte francesa do Canadá "gonzeaux" que, segundo Cardoso, pode ser traduzido como "caminho iluminado".

O estilo é alvo de questionamentos, principalmente por propor a transposição da barreira que separa a realidade da ficção, aplicados ao jornalismo. Há quem diga que o jornalismo gonzo não é jornalismo, embasando essa teoria em questões levantadas sobre a seriedade, objetividade e parcialidade de seus textos. Já os que sustentam a modalidade, acreditam que se trata de uma extensão do New Journalism de Tom Wolfe e Lester Bangs, alcançando status de revolução dos moldes jornalísticos, na opinião de alguns críticos.

O texto adotado pelo gonzo mistura literatura e jornalismo, sem apresentar divisão entre o real e o imaginário, através do uso de narrativas em que o narrador se mistura profundamente com a ação, através do efeito de drogas, retratando experiências e sensações pessoais.

Diversas matérias de Thompson se tornaram livros e filmes, incluindo o livro da foto, que ganhou uma versão no cinema, com participações de Johnny Depp e Benicio del Toro, além de um documentário feito para a TV em 1978.

Se o Gonzo é ou não uma forma de jornalismo não se pode dizer. Ficam apenas as opiniões de quem se julga capaz de decidir, e cabe a nós interpretar essas opiniões e analisar o estilo adotando critérios próprios, levando em conta seu objetivo e proposta.


Texto: Isabela Rios e Luiz Almeida
Foto: Capa do livro "Medo e Delírio em Las Vegas, por Hunther S. Thompson

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Resgatando a história: Wilson Simonal

Os cinemas brasileiros exibem a partir desse mês o documentário “Simonal: Ninguém sabe o duro que deu” dirigido pelo trio Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal. O filme retrata a história de um dos mais importantes cantores da música popular brasileira da década de 60 e investiga da ascensão a queda, acompanhada do ostracismo em que caiu graças a boatos e tudo o que houve por trás da história.


Resgatando a trajetória do cantor estão presentes depoimentos de personalidades, entre eles os filhos de Simonal, jornalistas e figuras como Pelé. A grande cartada do filme é o depoimento de Rafael Viviani, principal envolvido na acusação do artista. “O Viviani é mais importante até do que o Pelé” disse ao portal UOL o diretor Langer, que foi o responsável pela entrevista e pela contratação de detetives para encontrar Rafael Viviani.

Conforme Langer, a proposta do filme é o entretenimento do público, graças ao envolvimento de apresentações de sucessos de Simonal, relacionados a fatos históricos do Brasil. "É a história mirabolante de um grande artista brasileiro, de uma capacidade vocal e de comunicação com a platéia que nunca mais existiu no país. Um cara espetacular que se envolveu no auge do sucesso em uma história conturbada, muito mal explicada e que a gente resolveu então tentar descobrir o que aconteceu", diz o diretor a Folha Online.

Juntamente, ou em conseqüência do lançamento do filme, estão sendo veiculadas reportagens e divulgadas publicações de livros, despertando lembranças dos mais velhos e curiosidades dos que não viveram na década de 1980.

Simonal

Wilson Simonal de Castro nasceu no dia 23 de fevereiro de 1939, na cidade do Rio de Janeiro. Foi pai de dois filhos músicos, Wilson Simoninha e Max de Castro e uma filha, Patrícia. Morreu de cirrose decorrente do alcoolismo após tornar-se deprimido ao cair em esquecimento a partir dos anos 80.


Carreira e sucesso

Começou sua carreira ao servir o exército e cantar em bailes do regimento até começar a se apresentar em shows com músicas cantadas em inglês. Profissionalizou-se em 1961 ao ser descoberto pelo produtor e compositor Carlos Imperial, integrou grupos, apresentou programas de televisão e cantou em casas noturnas. De 1966 a 1967 se consagrou interpretando músicas como "Meu Limão, Meu Limoeiro" e "País Tropical" (de Jorge Ben Jor) e apresentando o programa “Show em Si... monal”, pela TV Record, responsável por festivais que projetaram nomes da MPB como Chico Buarque, Caetano Veloso e Elis Regina. No auge de sua carreira, assediado pela imprensa e pelos fãs, Simonal foi a Copa do Mundo acompanhar a seleção brasileira de futebol em 1970.

O suposto crime


Em 1971, o cantor desconfiou que estaria sendo roubado pelo seu contador Rafael Viviani, e contratou gente para lhe dar uma surra. Viviani se aliando a João Carlos Magaldi, na época diretor da Central Globo de Comunicação, espalhou o boato de que Simonal seria informante a serviço da ditadura militar. Durante a apuração da surra o cantor foi acusado de estar a serviço do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), o temido órgão de repressão política, acusado de torturar presos políticos durante a ditadura.

Aumentando a bola de neve, órgãos de imprensa aceitaram as denúncias como verdadeiras e começou a perseguição contra o artista. O jornal alternativo, O Pasquim, acusou-o de “dedo duro”, e assim começa o declínio de sua carreira perdendo prestígio e sendo desmoralizado perante artistas e amigos.

A surra dada em Viviani rendeu a Simonal, em 1972, mais de cinco anos de prisão, que foram cumpridos em liberdade.

Mesmo o boato que o vitimou sendo desmentido várias vezes, o público e a classe artística se voltaram contra ele, que não conseguiu se livrar da fama de traidor.


As consequências


Após os boatos se espalharem, Simonal parou de fazer shows e não gravou mais discos. Qualquer músico que tocasse com ele iria para uma lista negra e seria proibido de tocar. Um grande artista foi privado de seu talento e do exercício de sua profissão com base em uma mentira sórdida, o meio musical se acovardou e se calou.

Tarde Demais


Em 2003, a Ordem dos Advogados do Brasil reabilitou simbolicamente Simonal, como conseqüência do requisito da família do cantor para verificar a acusação de informante no regime.

Um documento datado de 1999 pelo secretário dos Direitos Humanos, José Gregori, atestava que nem no Centro de Inteligência do Exército, nem nos arquivos do Serviço Nacional de Informação constava que Simonal houvesse sido informante dos órgãos citados, ou seja, não havia nenhuma prova contra o acusado. Tarde demais, o cantor morreu três anos antes da reabilitação da OAB, no dia 25 de junho.

Contextualizando


Ao comparar o caso do cantor de música popular brasileira a outros, como por exemplo o caso da Escola Base em 1994, é perceptível o fato de que a imprensa há anos tem um poder de influência incalculável, podendo transformar e denegrir a imagem de uma pessoa de acordo com o que publica em sua manchete, sendo a informação verdadeira ou não.

Jornalista, como qualquer outro ser humano, sempre “compra” um lado da história, sua responsabilidade é assumir uma perspectiva de trabalho e ideais, apurar e relatar os fatos e publicar aquilo que esclareça a população independente da sua própria opinião, de dinheiro, da vontade do veículo ou principalmente dos interesses do governo do país. Restando esperanças assim de excluir histórias semelhantes a de Wilson Simonal da história do jornalismo brasileiro.



Texto: Isabela Rios
Fotos: Folha Online, Uspfm e Cinemagia

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Marley eterno

Nesta segunda-feira, 11 de maio de 2009, completaram-se 28 anos da morte do músico e compositor, Robert Nesta Marley, conhecido mundialmente como Bob Marley.

O maior ídolo da história do reggae mundial nasceu na Jamaica e passou a maior parte de sua vida compondo e cantando em defesa dos pobres e oprimidos, além de difundir a religião rastafari e seus princípios.

Junto com a banda The Wailers, que contava com os músicos Peter Tosh e Bunny Wailer, Bob Marley consagrou o reggae, reunindo fãs e seguidores em todas as partes do planeta e utilizando-se de seus inúmeros sucessos para pregar sua ideologia, estendendo sua influência até os dias atuais.

Adepto assumido do uso da maconha, o cantor trata em várias músicas sobre a tão polêmica droga, defendendo seu uso e legalização em canções como "Jamming", que faz referência ao ato de fumar a "erva sagrada" dos rastafaris. Sem dúvida alguma o rei do reggae revolucionou as bases tidas como corretas pela maioria da sociedade ocidental, provando para muitos que, pelo menos em relação à maconha, a campanha anti-drogas realizada pelos Estados Unidos durante a década de 1930 é questionável.




Jamming - Bob Marley

Antes do surgimento de Bob & The Wailers, as músicas que seguiam o estilo ska / reggae eram produzidas e vendidas em forma de singles, ocasionalmente reunidos em compilações com outras bandas. O primeiro álbum dos Wailers, "Catch a Fire", datado de 1973, veio e quebrou todas as regras, recebendo ampla divulgação na imprensa e ganhando o respeito de diversos músicos importantes da época.

A vida do jamaicano foi marcada por inúmeras histórias polêmicas, como o atentado à sua vida e a de sua mulher, dois dias antes de um festival organizado pelo próprio ídolo em meio a eleições para primeiro-ministro da Jamaica; sua prisão na Inglaterra por porte de Cannabis(nome científico dado à maconha), e até mesmo sua morte, causada por um câncer que se desenvolveu sob sua unha do pé.

Saber reconhecer o valor de uma pessoa para uma sociedade é um dom admirável. O que Bob Marley fez pela música e pela disseminação dos ideais rastafaris é algo inimaginável. Até hoje suas músicas soam pelos mais diversos ambientes, encantando e atraindo ouvintes e fãs. Fazemos essa homenagem em reconhecimento à sua memória, descrita de maneira brilhante por sua esposa, Rita Marley:

"O que quer que tenha feito em sua vida nunca terá sido em vão, ele nunca se achou tão importante quanto os outros o viam, mas todos sabemos que ele tinha a capacidade de sacudir o mundo."


Texto: Luiz Almeida
Foto: Capa do CD "Catch a fire" por Bob Marley & The Wailers

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pós Virada: a iniciativa banhada em críticas











Inspirada no evento realizado em Paris cujo nome é La Nuit Blanche, aconteceu em São Paulo nos dias 2 e 3 de maio a Virada Cultural. Com cerca de 800 atrações que se apresentaram ao longo de 24 horas, o evento reuniu cerca de 4 milhões de pessoas espalhadas por museus, unidades da rede Sesc, Teatro Municipal de São Paulo, Centro Educacionais Unificados e palcos de rua.

Entre as atrações estiveram a cantora Maria Rita, que encerrou a festa na Avenida São João, o cantor Zeca Baleiro, a banda Nação Zumbi, entre muitas outras bandas, cantores, djs, companhias de dança e grupos teatrais. Fatos que merecem destaque especial como a homenagem feita durante as 24 horas ao cantor Raul Seixas, um dos músicos mais admirados do rock nacional e o delírio do público durante a perfomance de Reginaldo Rossi que teve sua uma hora e meia no Lago do Arouche caracterizada como o melhor show já feito pelo cantor.

A Virada Cultural proporciona ao paulistano a oportunidade de passear altas horas da madrugada pelas ruas do centro velho de São Paulo, fato inimaginável nos outros 364 dias pelo perigo que apresenta o centro da cidade, além de promover a interação entre culturas e pessoas de todos os tipos que dividem a enorme cidade. "O que é interessante é a mistura das raças e a troca de informações que acontece nesses locais cheios de pessoas ‘diferentes’", afirma o estudante Danylo Araújo de 18 anos.

Como em qualquer outro evento, logo após o início da semana já era possível encontrar inúmeras críticas em relação à Virada. A Folha Online divulgou o grande problema dos lixos. Os garis não davam conta do volume da sujeira nas ruas, os banheiros químicos não comportavam o número de pessoas, cheiravam mal, estavam imundos e inutilizáveis, por conta disso as pessoas urinavam nas ruas, o que ocasionava o mau cheiro. Irresponsabilidade da prefeitura a questão dos banheiros, mas quem foram os responsáveis pelos lixos fora das lixeiras?

Danylo Araújo afirmou que as ruas estavam bem policiadas e não viu problemas com assaltos e roubos, exceto certas perdas de celulares e carteiras, enquanto esteve no centro da cidade.

Alguns "críticos de plantão" poderiam dessa vez não lembrar apenas aspectos negativos e ressaltar questões como o elogiado policiamento, a organização e o funcionamento ininterrupto do metrô e a oportunidade criada desde 2005 de estar perto de tantas e de tão diversas formas de cultura, e elogiar o governo, responsável por essas 24 horas que encantaram não só paulistanos, mas pessoas do Brasil inteiro.

Parabéns a quem merece na hora em que merece!



Texto: Isabela Rios e Sofia Mikrute
Ilustração: Fabiana Bielo
Fotos: Priscila Azul, Silvio Tanaka e Luciana Figueiredo