sexta-feira, 28 de agosto de 2009

TA ABANDONADO!

domingo, 7 de junho de 2009

Sobre a tirania da comunicação

O que faz um jornalista ser bom? Saber contar histórias, boas histórias, sucintas mas ricas em detalhes, ou apenas ter boas pautas que impressionam as pessoas, e as fazem crer em tudo que está escrito? Muitas pessoas inventam fatos, publicam e depois ainda desmentem. É impossível que haja escassez de fatos que mereçam se tornar notícias neste mundo em que as fronteiras se tornam menores a cada momento devido ao processo de globalização.

O autor francês Ignácio Ramonet critica a mídia e suas ações durante todo o decorrer de seu livro "A Tirania da Comunicação". Desde a trágica morte da princesa Diana, atribuída aos papparazzi que a perseguiam (descritos por Ramonet da seguinte forma: "Os paparazzi metralham, fuzilam. Eles perseguem, caçam, acossam. É só aparecer a ocasião que eles se tornam crápulas oportunistas."), até as inúmeras matérias forjadas por jornalistas medíocres; o jornalismo provou que existem os dois lados da moeda.

Tornar pública a vida pessoal de uma pessoa também não é uma atribuição do jornalismo bem feito. O caráter e a ética devem sobrepor todas as outras possíveis características de um jornalista, de modo que ele saiba distinguir entre o que interessa ao público e o que não interessa. Mesmo se tratando de pessoas conhecidas, a privacidade de cada um deve ser respeitada.

E a credibilidade? Se um fato de grande importância ocorre, mas não recebe a devida atenção, o meio jornalístico perde a credibilidade com o seu espectador. E o mesmo acontece no caso oposto, quando uma situação de importância questionável recebe supervalorização pela mídia. A credibilidade é construída aos poucos, quando se adota conceitos justos, juntamente com boas pautas e profissionais competentes.

Com a televisão, o telespectador cria uma confiança associada ao fato de poder ver imagens acompanhando um relato. "Uma imagem vale mais do que mil palavras". Ver e ouvir uma pessoa falando dá a impressão de confirmação; ainda mais quando se tem a prova de que o repórter estava na cena da notícia, trabalhando com a apuração da mesma. Todos esses fatores fazem com que a TV ganhe um grande poder de persuasão em relação a quem a assiste, abrindo caminho para o jornalismo porco, ilustrado pelos inúmeros casos de furos de reportagem forjados por jornalistas e interpretados por atores em cenários montados.

Na obra, o autor pergunta aos leitores, “É verdadeiro porque é tecnológico?”, e cita a importância dos correspondentes da CNN, dizendo que sem eles as reportagens se tornariam pobres, na ocasião de dependerem apenas do âncora no estúdio com o
chroma key (técnica de efeito visual que consiste na sobreposição de imagens). Então o jornalismo entra em contradição: esta inovadora tecnologia é benéfica para a credibilidade do espectador, ou se torna duvidosa a ponto das pessoas deixarem de acreditar nos fatos reais?

Um jornalista tem o grande poder da palavra. Sua voz, aliada a caneta e papel, conta e envia histórias para outras pessoas, passando informações sobre o que acontece no mundo. A notícia não precisa de imagem para ser boa, e sim de diferentes opiniões que contrastem os também diferentes pontos de vista sobre um fato. Saber falar, escrever, apurar, usar a ética, dosar o bom senso são características necessárias para a formação de um bom jornalista, e isto vem com o esforço e a dedicação de quem sabe o que quer, e faz de tudo para exercer o que está no sangue.

Texto: Sofia Mikrute, Luiz Almeida

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Empresário, jornalista, político e mecenas brasileiro


Nascido na Paraíba em 1892, Francisco de Assis Chateaubriand estreou no jornalismo aos 15 anos na Gazeta do Norte. Se formou na Faculdade de Direito da capital do Estado, criou a maior cadeia de imprensa do Brasil, os Diários Associados e foi também pioneiro na criação da TV Tupi em 1950.

Chateaubriand, também conhecido como Chatô, trabalhou como colaborador do Correio da Manhã e em 1924 assumiu a direção de O Jornal, comprando-o no mesmo ano graças a recursos financeiros vindos de seu trabalho como advogado de alguns barões-do-café.

Agregando jornais como Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio e Diário da Noite; em São Paulo se tornou dono dos principais jornais da maioria das capitais brasileiras.

Chateaubriand apoiou, com a Aliança Liberal, o movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Conseguiu de Getúlio, durante o Estado Novo, a promulgação de um decreto que lhe deu direito à guarda de uma filha, após a separação da mulher, declarando a célebre frase: “Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei”.

Apesar de ter atraído uma série de inimigos, entre eles o industrial Francisco Matarazzo, chantageando empresas, publicando poesias dos maiores anunciantes e mentindo descaradamente; Chatô manteve relações cordiais e interesseiras com diversos e influentes empresários.

Em 1947 fundou o Museu de Arte de São Paulo (MASP) com uma coleção particular de grandes mestres europeus adquiridas na chamada Europa pós-guerra.

Através de eleições fraudulentas, Chateaubriand foi eleito senador pela Paraíba e pelo Maranhão em 1952 e 1955, respectivamente, e renunciou ao mandato para assumir a embaixada do Brasil na Inglaterra. Em 1954 ocupou a cadeira deixada por Getúlio Vargas, após seu suicídio, assumindo a Academia Brasileira de Letras.

Na década de 60 Chatô sofreu uma trombose que o deixou paralisado, fazendo com que ele se comunicasse através de uma máquina de escrever adaptada. Morreu em 1968 e foi velado à companhia de duas pinturas que simbolizavam as três coisas que ele mais amou: o poder, a arte e a mulher; segundo o arquiteto italiano e organizador do acervo do MASP, Pietro Maria Bardi.

Diários Associados

Com início em 1924, com a aquisição de O Jornal, o império de Chateaubriand incorporou outras empresas de televisão, rádio e mídia impressa além de fazendas e fábricas, entre outros. As duas empresas mais célebres foram a TV Tupi e a revista O Cruzeiro, ambas extintas.

Os Diários Associados que tiveram no seu auge, 36 jornais, 18 revistas, 36 rádios e 18 emissoras de televisão reunidos em todo o Brasil, são o sexto maior conglomerado de empresas de mídia no Brasil, contendo atualmente 50 veículos de comunicação.

Após a morte de Chatô, a empresa foi deixada para um grupo de acionistas, devido à sua iminente decadência.


Texto: Isabela Rios
Foto: Memoriaviva.com.br - edição do Cruzeiro, 9 de abril de 1960

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Gonzo é jornalismo?



O jornalista Hunther S. Thompson recebeu uma pauta da revista Rolling Stone para cobrir um evento esportivo em Las Vegas. Ao invés de cobrir a matéria, o jornalista gastou o dinheiro das despesas com bebidas e drogas, vandalizou quartos e fugiu sem pagar, deixando uma enorme dívida no hotel onde estava hospedado. O resultado foi uma história contada sob o ponto de vista alucinado do autor, que lhe rendeu o livro “Medo e Delírio em Las Vegas” e tornou Thompson criador de um novo estilo, o Gonzojornalismo.

O termo foi criado por Bill Cardoso, repórter do Boston Sunday Globe, em uma carta enviada a Thompson: “Eu não sei que porra você está fazendo, mas você mudou tudo. É totalmente gonzo”. Segundo ele, "gonzo" seria uma gíria originária da parte francesa do Canadá "gonzeaux" que, segundo Cardoso, pode ser traduzido como "caminho iluminado".

O estilo é alvo de questionamentos, principalmente por propor a transposição da barreira que separa a realidade da ficção, aplicados ao jornalismo. Há quem diga que o jornalismo gonzo não é jornalismo, embasando essa teoria em questões levantadas sobre a seriedade, objetividade e parcialidade de seus textos. Já os que sustentam a modalidade, acreditam que se trata de uma extensão do New Journalism de Tom Wolfe e Lester Bangs, alcançando status de revolução dos moldes jornalísticos, na opinião de alguns críticos.

O texto adotado pelo gonzo mistura literatura e jornalismo, sem apresentar divisão entre o real e o imaginário, através do uso de narrativas em que o narrador se mistura profundamente com a ação, através do efeito de drogas, retratando experiências e sensações pessoais.

Diversas matérias de Thompson se tornaram livros e filmes, incluindo o livro da foto, que ganhou uma versão no cinema, com participações de Johnny Depp e Benicio del Toro, além de um documentário feito para a TV em 1978.

Se o Gonzo é ou não uma forma de jornalismo não se pode dizer. Ficam apenas as opiniões de quem se julga capaz de decidir, e cabe a nós interpretar essas opiniões e analisar o estilo adotando critérios próprios, levando em conta seu objetivo e proposta.


Texto: Isabela Rios e Luiz Almeida
Foto: Capa do livro "Medo e Delírio em Las Vegas, por Hunther S. Thompson

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Resgatando a história: Wilson Simonal

Os cinemas brasileiros exibem a partir desse mês o documentário “Simonal: Ninguém sabe o duro que deu” dirigido pelo trio Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal. O filme retrata a história de um dos mais importantes cantores da música popular brasileira da década de 60 e investiga da ascensão a queda, acompanhada do ostracismo em que caiu graças a boatos e tudo o que houve por trás da história.


Resgatando a trajetória do cantor estão presentes depoimentos de personalidades, entre eles os filhos de Simonal, jornalistas e figuras como Pelé. A grande cartada do filme é o depoimento de Rafael Viviani, principal envolvido na acusação do artista. “O Viviani é mais importante até do que o Pelé” disse ao portal UOL o diretor Langer, que foi o responsável pela entrevista e pela contratação de detetives para encontrar Rafael Viviani.

Conforme Langer, a proposta do filme é o entretenimento do público, graças ao envolvimento de apresentações de sucessos de Simonal, relacionados a fatos históricos do Brasil. "É a história mirabolante de um grande artista brasileiro, de uma capacidade vocal e de comunicação com a platéia que nunca mais existiu no país. Um cara espetacular que se envolveu no auge do sucesso em uma história conturbada, muito mal explicada e que a gente resolveu então tentar descobrir o que aconteceu", diz o diretor a Folha Online.

Juntamente, ou em conseqüência do lançamento do filme, estão sendo veiculadas reportagens e divulgadas publicações de livros, despertando lembranças dos mais velhos e curiosidades dos que não viveram na década de 1980.

Simonal

Wilson Simonal de Castro nasceu no dia 23 de fevereiro de 1939, na cidade do Rio de Janeiro. Foi pai de dois filhos músicos, Wilson Simoninha e Max de Castro e uma filha, Patrícia. Morreu de cirrose decorrente do alcoolismo após tornar-se deprimido ao cair em esquecimento a partir dos anos 80.


Carreira e sucesso

Começou sua carreira ao servir o exército e cantar em bailes do regimento até começar a se apresentar em shows com músicas cantadas em inglês. Profissionalizou-se em 1961 ao ser descoberto pelo produtor e compositor Carlos Imperial, integrou grupos, apresentou programas de televisão e cantou em casas noturnas. De 1966 a 1967 se consagrou interpretando músicas como "Meu Limão, Meu Limoeiro" e "País Tropical" (de Jorge Ben Jor) e apresentando o programa “Show em Si... monal”, pela TV Record, responsável por festivais que projetaram nomes da MPB como Chico Buarque, Caetano Veloso e Elis Regina. No auge de sua carreira, assediado pela imprensa e pelos fãs, Simonal foi a Copa do Mundo acompanhar a seleção brasileira de futebol em 1970.

O suposto crime


Em 1971, o cantor desconfiou que estaria sendo roubado pelo seu contador Rafael Viviani, e contratou gente para lhe dar uma surra. Viviani se aliando a João Carlos Magaldi, na época diretor da Central Globo de Comunicação, espalhou o boato de que Simonal seria informante a serviço da ditadura militar. Durante a apuração da surra o cantor foi acusado de estar a serviço do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), o temido órgão de repressão política, acusado de torturar presos políticos durante a ditadura.

Aumentando a bola de neve, órgãos de imprensa aceitaram as denúncias como verdadeiras e começou a perseguição contra o artista. O jornal alternativo, O Pasquim, acusou-o de “dedo duro”, e assim começa o declínio de sua carreira perdendo prestígio e sendo desmoralizado perante artistas e amigos.

A surra dada em Viviani rendeu a Simonal, em 1972, mais de cinco anos de prisão, que foram cumpridos em liberdade.

Mesmo o boato que o vitimou sendo desmentido várias vezes, o público e a classe artística se voltaram contra ele, que não conseguiu se livrar da fama de traidor.


As consequências


Após os boatos se espalharem, Simonal parou de fazer shows e não gravou mais discos. Qualquer músico que tocasse com ele iria para uma lista negra e seria proibido de tocar. Um grande artista foi privado de seu talento e do exercício de sua profissão com base em uma mentira sórdida, o meio musical se acovardou e se calou.

Tarde Demais


Em 2003, a Ordem dos Advogados do Brasil reabilitou simbolicamente Simonal, como conseqüência do requisito da família do cantor para verificar a acusação de informante no regime.

Um documento datado de 1999 pelo secretário dos Direitos Humanos, José Gregori, atestava que nem no Centro de Inteligência do Exército, nem nos arquivos do Serviço Nacional de Informação constava que Simonal houvesse sido informante dos órgãos citados, ou seja, não havia nenhuma prova contra o acusado. Tarde demais, o cantor morreu três anos antes da reabilitação da OAB, no dia 25 de junho.

Contextualizando


Ao comparar o caso do cantor de música popular brasileira a outros, como por exemplo o caso da Escola Base em 1994, é perceptível o fato de que a imprensa há anos tem um poder de influência incalculável, podendo transformar e denegrir a imagem de uma pessoa de acordo com o que publica em sua manchete, sendo a informação verdadeira ou não.

Jornalista, como qualquer outro ser humano, sempre “compra” um lado da história, sua responsabilidade é assumir uma perspectiva de trabalho e ideais, apurar e relatar os fatos e publicar aquilo que esclareça a população independente da sua própria opinião, de dinheiro, da vontade do veículo ou principalmente dos interesses do governo do país. Restando esperanças assim de excluir histórias semelhantes a de Wilson Simonal da história do jornalismo brasileiro.



Texto: Isabela Rios
Fotos: Folha Online, Uspfm e Cinemagia

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Marley eterno

Nesta segunda-feira, 11 de maio de 2009, completaram-se 28 anos da morte do músico e compositor, Robert Nesta Marley, conhecido mundialmente como Bob Marley.

O maior ídolo da história do reggae mundial nasceu na Jamaica e passou a maior parte de sua vida compondo e cantando em defesa dos pobres e oprimidos, além de difundir a religião rastafari e seus princípios.

Junto com a banda The Wailers, que contava com os músicos Peter Tosh e Bunny Wailer, Bob Marley consagrou o reggae, reunindo fãs e seguidores em todas as partes do planeta e utilizando-se de seus inúmeros sucessos para pregar sua ideologia, estendendo sua influência até os dias atuais.

Adepto assumido do uso da maconha, o cantor trata em várias músicas sobre a tão polêmica droga, defendendo seu uso e legalização em canções como "Jamming", que faz referência ao ato de fumar a "erva sagrada" dos rastafaris. Sem dúvida alguma o rei do reggae revolucionou as bases tidas como corretas pela maioria da sociedade ocidental, provando para muitos que, pelo menos em relação à maconha, a campanha anti-drogas realizada pelos Estados Unidos durante a década de 1930 é questionável.




Jamming - Bob Marley

Antes do surgimento de Bob & The Wailers, as músicas que seguiam o estilo ska / reggae eram produzidas e vendidas em forma de singles, ocasionalmente reunidos em compilações com outras bandas. O primeiro álbum dos Wailers, "Catch a Fire", datado de 1973, veio e quebrou todas as regras, recebendo ampla divulgação na imprensa e ganhando o respeito de diversos músicos importantes da época.

A vida do jamaicano foi marcada por inúmeras histórias polêmicas, como o atentado à sua vida e a de sua mulher, dois dias antes de um festival organizado pelo próprio ídolo em meio a eleições para primeiro-ministro da Jamaica; sua prisão na Inglaterra por porte de Cannabis(nome científico dado à maconha), e até mesmo sua morte, causada por um câncer que se desenvolveu sob sua unha do pé.

Saber reconhecer o valor de uma pessoa para uma sociedade é um dom admirável. O que Bob Marley fez pela música e pela disseminação dos ideais rastafaris é algo inimaginável. Até hoje suas músicas soam pelos mais diversos ambientes, encantando e atraindo ouvintes e fãs. Fazemos essa homenagem em reconhecimento à sua memória, descrita de maneira brilhante por sua esposa, Rita Marley:

"O que quer que tenha feito em sua vida nunca terá sido em vão, ele nunca se achou tão importante quanto os outros o viam, mas todos sabemos que ele tinha a capacidade de sacudir o mundo."


Texto: Luiz Almeida
Foto: Capa do CD "Catch a fire" por Bob Marley & The Wailers

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pós Virada: a iniciativa banhada em críticas











Inspirada no evento realizado em Paris cujo nome é La Nuit Blanche, aconteceu em São Paulo nos dias 2 e 3 de maio a Virada Cultural. Com cerca de 800 atrações que se apresentaram ao longo de 24 horas, o evento reuniu cerca de 4 milhões de pessoas espalhadas por museus, unidades da rede Sesc, Teatro Municipal de São Paulo, Centro Educacionais Unificados e palcos de rua.

Entre as atrações estiveram a cantora Maria Rita, que encerrou a festa na Avenida São João, o cantor Zeca Baleiro, a banda Nação Zumbi, entre muitas outras bandas, cantores, djs, companhias de dança e grupos teatrais. Fatos que merecem destaque especial como a homenagem feita durante as 24 horas ao cantor Raul Seixas, um dos músicos mais admirados do rock nacional e o delírio do público durante a perfomance de Reginaldo Rossi que teve sua uma hora e meia no Lago do Arouche caracterizada como o melhor show já feito pelo cantor.

A Virada Cultural proporciona ao paulistano a oportunidade de passear altas horas da madrugada pelas ruas do centro velho de São Paulo, fato inimaginável nos outros 364 dias pelo perigo que apresenta o centro da cidade, além de promover a interação entre culturas e pessoas de todos os tipos que dividem a enorme cidade. "O que é interessante é a mistura das raças e a troca de informações que acontece nesses locais cheios de pessoas ‘diferentes’", afirma o estudante Danylo Araújo de 18 anos.

Como em qualquer outro evento, logo após o início da semana já era possível encontrar inúmeras críticas em relação à Virada. A Folha Online divulgou o grande problema dos lixos. Os garis não davam conta do volume da sujeira nas ruas, os banheiros químicos não comportavam o número de pessoas, cheiravam mal, estavam imundos e inutilizáveis, por conta disso as pessoas urinavam nas ruas, o que ocasionava o mau cheiro. Irresponsabilidade da prefeitura a questão dos banheiros, mas quem foram os responsáveis pelos lixos fora das lixeiras?

Danylo Araújo afirmou que as ruas estavam bem policiadas e não viu problemas com assaltos e roubos, exceto certas perdas de celulares e carteiras, enquanto esteve no centro da cidade.

Alguns "críticos de plantão" poderiam dessa vez não lembrar apenas aspectos negativos e ressaltar questões como o elogiado policiamento, a organização e o funcionamento ininterrupto do metrô e a oportunidade criada desde 2005 de estar perto de tantas e de tão diversas formas de cultura, e elogiar o governo, responsável por essas 24 horas que encantaram não só paulistanos, mas pessoas do Brasil inteiro.

Parabéns a quem merece na hora em que merece!



Texto: Isabela Rios e Sofia Mikrute
Ilustração: Fabiana Bielo
Fotos: Priscila Azul, Silvio Tanaka e Luciana Figueiredo

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Idéias e perseguição

O FATO produziu um vídeo sobre alguns dos mais conhecidos casos de veículos de comunicação e jornalistas que foram perseguidos por defender o que acreditam.


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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Influência na "paixão nacional"


O esporte hoje em dia está diretamente relacionado à imprensa. A maioria dos programas esportivos dão maior ênfase ao futebol do que aos outros esportes. Os jogos mais importantes são divulgados por grandes emissoras nos horários já estipulados. Decisões, erros, acertos e dúvidas de arbitragem são retiradas no “tira teima” da televisão.

A imprensa pode influenciar em vários ângulos como por exemplo no caso do atacante Neymar que parece ter se intimidado à frente das revelações. O meio campista do Santos, Paulo Henrique Lima afirmou, “Ele é craque, ele é gênio”; a imprensa o transformou em uma nova promessa, e assim, com tanta pressão, no jogo contra o Corinthians, o novato não se destacou como havia feito nos outros jogos e não marcou gols.

A imprensa não influencia apenas dentro dos gramados, lidera a arquibancada também. O Flamengo apareceu em uma pesquisa feita pela revista Lance em fevereiro de 2007 como o time com a maior torcida do mundo, seguido de 32,6 milhões de torcedores. Curiosamente, a maior parte dos torcedores está no Nordeste e não no Sudeste. Isso porque as rádios e canais de televisão mostram a programação esportiva do Rio de Janeiro, o que influencia a grande parte dos nordestinos e faz do time carioca ter tanta veneração.

Independente de atingir público ou jogadores, a mídia tem uma grande abrangência da massa em qualquer assunto, ainda mais quando se trata de futebol, que é de interesse nacional. O fato da televisão e da internet possuírem imagens que podem ser revistas a todo instante, a população pode perceber erros de arbitragem e ouvir comentários de jornalistas esportivos destacando certos detalhes e enfatizando, positivamente ou não, os lados.

Os fatos contagiam a todos. Comentaristas de rádios, jornais impressos e websites, televisão, divulgam detalhes sobre a carreira e a vida pessoal dos jogadores e técnicos, anunciando todas as novidades diariamente e mantendo a população informada dos assuntos “futebolísticos”. Por conta da superexposição, existe a pressão psicológica por parte da imprensa em cima dos entrevistados, mas é exatamente isso que o povo quer ver, informações, críticas, novidades, detalhes, e é o que o jornalismo faz acima de tudo, informar.

Texto: Matias Salse
Sofia Mikrute
Imagem: semipronta.wordpress.com

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Do jornalismo para o povo

Assumir uma perspectiva de trabalho e idéias não é uma tarefa fácil para os jornalistas e repórteres. Nos dias atuais o jornalismo tem se mostrado cada vez mais “frágil” ao poder do dinheiro, com a constatação de inúmeras reportagens e matérias de relevância questionável.

É óbvio que há inúmeros motivos por trás dessa deterioração. Alguns empregados irão dizer que é culpa dos chefes e das empresas que exigem que um padrão seja adotado na produção dos textos, outros dirão que têm medo de perder o emprego, e outros ainda falarão sobre a importância de não desagradar aos poderosos. Para o inferno com isso! Antes de tudo, o jornalismo tem a responsabilidade de relatar os fatos como eles realmente ocorrem e denunciar as injustiças, fraudes, escândalos e corrupção. A jornalista Salete Lemos foi demitida da TV Cultura após fazer a declaração apresentada neste vídeo, retirado do Youtube.



Como é possível alguém perder o emprego ao fazer tal denúncia ao comportamento da máfia dos bancos do país? É isso que querem ver na TV, querem ser alertados sobre a condição do Brasil de segundo país com mais impostos no mundo, impostos que não se sabe onde vão parar, pois todos os setores de administração pública do país se mostram deficientes de alguma maneira. Perder o emprego é um custo alto. Mas a recompensa vem no respeito obtido, juntamente com a pequena semente de indignação plantada no coração de quem assiste a uma cena típica do jornalismo como deve ser.

Em um país como o Brasil, onde a maioria da população é pobre e não teve condições decentes de educação e formação, o jornal, principalmente na TV, que é o veículo de maior repercussão nacional, tem a obrigação de conscientizar o povo sobre tudo que acontece e se relaciona de alguma maneira ao dia-a-dia do cidadão brasileiro. O jornalismo dito “popular” deve adotar o caráter popular e passar a significar “para a população”, mostrando não só o lado negro do país apresentado pelos pobres que cometem crimes, mas também pelos ricos, que cometem crimes às vezes muito mais hediondos, roubando vultosas quantias de uma nação inteira e atrasando o progresso de um país que necessita urgentemente de condições melhores para a parcela menos favorecida da sociedade.

Os jornalistas precisam perder o medo e entrar de cara na profissão; adotando seus conceitos de ética e aderindo a uma ideologia que não os deixe perdidos. É preciso despertar a consciência dos brasileiros para o fato de que juntos podemos fazer o país melhorar. E isso define o jornalismo.

Texto: Luiz Almeida

domingo, 12 de abril de 2009

A Páscoa e a Crise

Todos os anos as tradições nos feriados são diversas. Essa semana comemoramos a Páscoa, que tem como um de seus costumes o consumo de chocolate. A dúvida era se a crise mundial afetaria as comemorações desse feriado (como mostra a charge ao lado do Chargista Magoo, Rafael Machado de Oliveira).




O tão esperado ovo de Páscoa chegou às lojas e, mesmo com preços maiores em relação ao ano passado, o Ibope revelou que o consumo de chocolates nos últimos sete dias foi 9% maior que em 1999 atingindo 68% dos brasileiros. Graças a esses dados, no dia 8 de abril a expectativa de crescimento para as vendas em meio à crise financeira que era de 4,8% segundo a Associação Brasileira de Chocolates e Derivados (Abicab), foi confirmada.

Assim como os ovos de Páscoa, outros produtos tiveram suas vendas elevadas, como o bacalhau, azeite e vinhos importados e nacionais. O site InfoMoney informou que a perspectiva de vendas dos supermercados teve um crescimento de 10,3%, comparado ao mesmo período de 2008.

“A crise financeira passou longe do chocolate” afirmou José Erivaldo Moreira de Souza, gerente de uma loja em Brasília ao Jornal Cruzeiro do Sul. Segundo o site RTP, a procura por viagens nessa época do ano também aumentou.

Ao contrário do cenário mundial, o clima é de alta nas contratações. Foram contratados no Brasil mais de 6100 funcionários temporários nas empresas do ramo de chocolate.

Em entrevista a Rádio CBN, Vander Morales, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário, explica sobre esses empregos temporários que foram criados e ajudaram na economia.



Bom domingo de Páscoa a todos, é o desejo do FATO.


Texto: Sofia Mikrute

terça-feira, 7 de abril de 2009

Dia Nacional do Jornalista

Desafiados a contar os fatos, muitas vezes sonhando em “mudarmos o mundo”, com coragem suficiente para enfrentar e mostrar as situações e com coração suficiente para ser da forma mais humana possível.

Estudantes, aprendizes de contadores de histórias, movidos por essa curiosidade/inconformismo/amor, deixamos hoje, Dia Nacional do Jornalista, a periodicidade do FATO para homenagear, nossos futuros colegas de profissão que tanto admiramos, e a nós mesmos, perseguidores de um sonho.

Discutir, debater, escrever, expor, apurar, publicar, informar. A tarefa que nos leva a, como descreveu uma colega de sala, essa “paixão também conhecida como profissão” de nome JORNALISMO!


E para explicar um pouco do homenageado cotidiano aí estão 13 (humorados) mandamentos do jornalista:
(enviados por um amigo do blog)

1º Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.
2º Não verás teu filho crescer.
3º Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.
4º Terás gastrite, se tiver sorte. Se for como os demais, terás úlcera.
5º A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o China in Box.
6º Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.
7º Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho.
8º Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.
9º Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.
10º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te fará mais efeito.
11º Terás sonhos, com clientes, e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.
12º Exibirás olheiras como troféus de guerra.
13º E, o pior… INEXPLICAVELMENTE, GOSTARÁS DE TUDO ISSO!

Texto: Isabela Rios

quarta-feira, 25 de março de 2009

Jornalismo de Serviços


Criado nos Estados Unidos, o termo Jornalismo de Serviços, consiste em transformar a notícia em algo que tenha aplicação imediata e útil para o leitor. Uma opinião ou informação traduzida em qualquer tipo de gênero e direcionada exclusivamente ao interesse do público caracteriza esse tipo de jornalismo; como trânsito, previsão do tempo, cotação do dólar, classificados, eventos esportivos, shows, entre outros.
No Brasil este conceito se mantém ambíguo, pois a prática jornalística já é considerada uma prestação de serviço.
Muitas teses são elaboradas a respeito deste assunto, nas quais discutem- se pontos positivos e negativos. A maior parcela que se diz contra este tipo de jornalismo, justifica sua oposição por considerar o jornalismo de serviços uma ideologia do ‘não- conflito’, na qual não apresenta uma opinião, e por este motivo também é considerada uma forma de inocentar o sistema e reconstruir a realidade sob a ótica do consumo. Já os teóricos que defendem o serviço, utilizam da visão de orientação e “Guia da Vida” para justificar sua posição.

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Perguntamos a alguns alunos da Faculdade de Comunicação - Jornalismo da UMESP sobre defenderem ou não o jornalismo de serviços. Todos os entrevistados disseram ser a favor, e estas são algumas das respostas que obtivemos:

“A favor. Esse 'tipo' de jornalismo, mesmo que alguns não noticiem grandes fatos do cotidiano, é, como todo gênero jornalístico, muito útil para o seu público.”
Gustavo Azevedo - estudante do 3º semestre

“Claro que sou a favor. É muito mais importante para um desempregado saber sobre emprego, de uma pessoa que busca lazer saber sobre cultura do que do resultado da última rodada de futebol.
Na verdade acho que o caderno de 'esportes' com aspas, pois o único esporte falado é o futebol, deveria dar lugar somente a serviços e informações a sociedade, pois esta é a função do jornalismo, ao contrário do caderno de esporte que é entretenimento e não jornalismo!”
Álvaro Perazzoli - estudante do 3º semestre

“Não acredito que o jornalismo de serviço desfoque a utilidade do jornalismo de informar. Creio que, considerando o número excessivo de críticas ao jornalismo, não vejo o jornalismo de serviços como um problema. Ainda acho algumas utilidades importantes e claro, outras descartáveis!”
Antônio Veiga - estudante do 5º semestre

“Eu acho fundamental esta prestação de serviços, afinal, são essas pequenas informações que são importantes na vida das pessoas. Lógico que saber o que acontece no país, no mundo, na economia é necessário, mas este é um jornalismo que cuida de uma área que realmente está presente na vida das pessoas.”
Rikardy Tooge – estudante do 3º semestre

“Na verdade o próprio jornalismo, no exercício ético de sua função, tem por obrigação informar a sociedade. Isto é um dever, qualquer que seja sua informação. E com certeza acho muito importante esta vertente do jornalismo. Como por exemplo, temos a folha dirigida, por ela podemos nos comunicar com o mercado de trabalho. Ou um serviço como o destaque de um show, através dele podemos obter informação sobre o valor e sobre onde vai acontecer. Jornalismo de serviço é essa ponte da comunicação, que te sintoniza com a sociedade."
Denver Pelluchi – estudante do 5º semestre

“Sou a favor porque todos os itens são de interesse público. O Jornalismo, baseado nas premissas de informar o público, em qualquer ocasião, é o principal responsável em destrinchar tais temas e veicular o que há de novidade”
Diego Costa – estudante do 5º semestre



Texto: Daniel Moretti
Entrevistas: Fabiana Bielo
Foto: Isabela Rios